quinta-feira, 18 de março de 2010

BRASIL

Ontem, Brasil colonial,
conquista de Portugal,
que não semeou, só colheu.
Colônia de exploração,
cuja renda em poucas mãos
outra gente enriqueceu.

Nosso açúcar – ao escravo – amargo,
disse Celso, sem embargo,
nem mercado aqui formou.
Sem técnica e liderança,
subsistente, sem poupança,
seu povo não prosperou.

Também seu ouro, minado,
acabou sendo esgotado
sem cá fomentar riqueza.
O sistema dependente
foi apenas e tão-somente
perpetuação de pobreza.

Coube ao café – que fartura! –
produzir a infraestrutura
da diversificação.
É certo que tardiamente,
mas foi, de fato, a semente
para a industrialização.


As perdas socializadas
foram materializadas
na política cambial,
pois a classe produtora
também era detentora
de cobertura estatal.

Bielschowsky, Furtado,
Olímpio Galvão e outros mais
foram buscar nos anais
da história o fundamento
estrutural e analítico,
econômico e político
do subdesenvolvimento.

Hoje, sim, florão da América,
emergente, varonil,
pulmão do mundo, gentil,
berço de tantos valores;
de seus propósitos ciente,
orgulho de brava gente,
vencendo seus dissabores.

Perdão, África aviltada!
Grato, Holanda pioneira!
Deste meu peito sai o grito
que, espero, fira o infinito
e ecoe pela Pátria inteira:

- Viva a Nação brasileira!

Um comentário:

  1. Olá! Venho aqui apenas para agradecer por ter disponibilizado para o mundo o que, antes, apenas sua mente brilhante e seu coração, "já não tão bom assim..rs..", conheciam. Excelentes postagens. Essa particularmente gostei muito. Mas sei que tem mais, não deixe de publicar ok? Não entenda esse apelo como "bondade" de parente e sim como necessidade de alguém que não consegue se sensibilizar com quase nada. Seus textos e estilo, em mim, têm esse poder. Se quiser, chame isso de fã. Dizem até que sou de pedra, sem coração..rs...título que simplesmente aceito, "sem emoção"..rs. Talvez, porque nunca me viram lendo seus textos, no cantinho, na escuridão, afinal tenho que manter a fama de mal..rs. Permita-ne um pedido: gostaria de um texto seu sobre meu pai. Sabe com é, às vezes precisamos chorar para nos lembrar de nossa própria humanidade.
    Tudo de bom! Saúde!

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