sábado, 14 de abril de 2012

GUERRA DO PARAGUAI



Cresci imaginando que a Guerra do Paraguai tivesse sido daquelas batalhas que orgulham qualquer exército, qualquer Nação, e eu via, no meu imaginário construído nos bancos de escolas, eu via – repito - as medalhas pendentes do peito verde-oliva, e via com orgulho também a Marinha do Brasil trazendo os louros daquele embate sul-americano, talvez o maior deles travado nos chãos da América Latina. Dali saíram os heróis Tamandaré, Duque de Caxias etc, e lá a terra chupou o sangue de muitos brasileiros, tombados em chão alheio sob o braço do destemido soldado cidadão paraguaio. Aprendi isso, sim senhor, nas aulas de História do Brasil. E na minha cabeça, fresquinha daquelas honrosas páginas de nosso povo varonil, pela minha cabeça, digo, desfilavam confrontos e mais confrontos, nossas tropas resistindo heroicamente, munidos da clava forte, peito a peito com o inimigo que nos “ameaçava”. Nossos Comandantes lá estavam, destemidos, com suas estratégias avassaladoras, seu amor à Pátria amada à flor da pele, cravando seus nomes na história dessa mesma pátria com seu brado retumbante, fazendo brilhar, em raios fúlgidos e naquele evento, o sol da “nossa” liberdade. Ó, Pátria amada, idolatrada! Impunha-se mostrar que este país é gigante pela própria Natureza. A mim me parecia ver, sob os céus paraguaios, tremular estrelado o lábaro verde-amarelo. Assim fiquei eu deslumbrado, envaidecido, ao tempo de estudante e muito além dele. Fazia e faz esse efeito a história falada e escrita nos currículos escolares. Mas essa é uma história contada sob a ótica da brasilidade, no calor do nacionalismo exacerbado, na escuridão do contraditório, ao arrepio das razões do “inimigo” e das terceiras intenções. Salvar nossa pele era preciso. Vejamos a História real, substituída a emoção pela razão: Andava o Paraguai com as próprias pernas, e ocupava terrenos novos na ceara econômica, e dilatava suas fronteiras culturais sem se curvar ante as potências europeias da época. Numa frase, era um País absoluto, dono de seu nariz, independente e bem sucedido.  Mas a Inglaterra não gostava disso. Essa não era uma democracia que caía nas graças dos britânicos, ávidos de tutelados que fossem dependentes de sua revolução industrial em busca, a qualquer custo, de clientes para seu mercado expandido. Em não lhes sendo como colonos, os paraguaios lhes pareciam rebeldes, metidos demais, pretensiosos demais, e careciam de um puxão de orelhas. Mas o rei todo poderoso não queria sujar as próprias mãos com esse povinho de meia pataca, em que pese ser o castigo coisa líquida e certa, ato decidido; não queria e não era preciso, pois havia bem ali dos lados, na periferia e sempre ao inteiro dispor, porque seus dependentes, braços e sangue à mão. Bastava, só, criar o pretexto, o enredo, a razão deslavada, mas isso era o de menos. E foi dito e feito. Era 1864 e Solano Lopes, vejam só, queria uma saída hídrica, um caminho de água para o Oceano Atlântico, e a Bacia do Prata estava logo ali, ao pé. Mais um navio, menos um navio, que diferença faria? Outra coisinha mais que o Paraguai queria era aumentar um tico seu território, coisa em que não era diferente de seus vizinhos desafetos. Um pedacinho do Brasil e outra nesga da Argentina era quanto bastavam para as pretensões paraguaias. Ora, Brasil e Argentina não estavam a fim de colaborar, e isso fazia sentido. Vai daqui, vai dali, o Uruguai entrou na briga contra a sozinha Pátria Paraguaia. Estranho isso, não? Mas, reparem: Só esta última era independente dos europeus, sobretudo da Inglaterra. Foi a sopa no mel! A Tríplice Aliança (Engraçado, era uma aliança de quatro integrantes, porque ali entrou o dedinho sujo britânico) formou fila com seus vizinhos brigões e fez suas as queixas deles. Impunha-se banir aquele mau exemplo da América Latina. Crescer sem submeter-se ao poder inglês? Nem pensar! Vai daí, a desculpa se materializava, as razões estavam postas. Brasil e Argentina lutarem em defesa de seus territórios era coisa justificável, necessária até, mas numa briguinha normal, comezinha nas lutas de fronteiras. Mas o gigante europeu não queria por menos, e o negócio era acabar com Paraguai, varrê-lo da história, torná-lo pó, fazê-lo apenas uma quimera. Dir-se-ia coisa passional: Ou é meu ou não é de ninguém. Ou come na minha mão, ou se dana. É a Lei do mais forte. E eis que, senão quando, vieram a Batalha do Riachuelo e a luta de Uruguaiana, entre outras, sob a tentação das libras esterlinas, derramadas em nome do Reino Unido nos cofres de suas “marionetes”, e mais a oferta de armas e munições. Diante desse maná, até o Uruguai chegou junto – tô nessa! Só um detalhe: aquela dinheirama era emprestada, moçada! Não existe almoço de graça. E a tramóia durou seis anos. Setenta por cento da população paraguaia, a maioria homens, foi dizimada, e aquela Nação, como queria a Inglaterra, nunca mais foi a mesma. Muitos brasileiros (fazia parte) perderam ali suas vidas – nenhum do lado de lá do Atlântico -, mas outros saíram heróis, recebidos da banda de cá como grandes estrategistas, o maior deles Duque de Caxias. Conde D`eu foi outro que trouxe seus louros, não  sei se por algum mérito próprio ou por parentesco com o Imperador Pedro II. Deixa isso pra lá. Afinal, a política não começou ontem. O fato concreto é que a turma do vamos que vamos, embora morto o “inimigo”, também se deu mal, e os três mosqueteiros (ou os três patetas?) saíram de lá mais endividados e mais dependentes (da Inglaterra, será?). Tão somente de uma coisa até hoje não me dei conta: Descontado o fato de o exército brasileiro ter-se consagrado como força política e ganhado experiência bélica, quem foi, de fato, o único beneficiário daquela COVARDIA. Tá aí um bom tema para discussão. Deixo à análise dos mais velhos e/ou mais sabidos. Parece-me que os paraguaios estão querendo se vingar, nos atingindo naquilo que é, ou já foi, nosso orgulho: O FUTEBOL. Dos males o menor. O feijão-com-arroz de outros tempos virou uma indigesta feijoada. Pá daqui, pá dali, estamos “tombando” ante os paraguaios, que “disparam” contra nós seus tiros de chuteiras, ferindo de morte nosso orgulho de pentacampeões.
Então, eis aí a história da Guerra do Paraguai, senão a mais verdadeira, o quanto possível a mais próxima da realidade, contada por quem sabe pouco, mas que está muito indignado. E como, em minha talvez inconsiderável opinião, na linha de frente de cada batalha das guerras deviam ser postos aqueles governantes que a declararam, quem sabe nossos “zés-povão” do passado não tivessem morrido para glória e graça daqueles que fizeram a Revolução Industrial com nosso ouro, inclusive. Na guerra ou fora dela, mas vale a vida dos humildes que a glória dos privilegiados.








quarta-feira, 11 de abril de 2012

TRIBUTO A CHICO ANYSIO



O Brasil perde as graças, se entristece.
Pantaleão, o que de nada se esquece,
Deixa a cadeira de balanço balançando.
Alberto Roberto, mui modesto, aborrecido,
Não “garava” mais, pronto, em definido;
Véio Zuza, o cachimbo fumarando

Deixa; “He He He! O veio entende, meu fio...”
Sem Raimundo Nonato, desconfio,
A Escolinha encerra-se, infelizmente.
E pra falar de loucura, seu Albarde
Deixa, enfim, o consultório, sem alarde,
E se vai para bem longe da gente.

“Lá em mil novecentos e vinte e sete...”
Só de pijama e caolho, sem topete,
pé no assento, os causos fluíam aberrantes.
“Pedro Bó!!! É mentira, Terta!? – Ver-da-de!”
Pantaleão, “poi bom!”, em fins de tarde,
Recebia os compadres visitantes.

Deixa-nos Albino, o mal compreendido,
Por alienado muitas vezes tido
Só por tentar morder a própria orelha.
“Quero que pobre se exploda!”... (Ojeriza!?)
Justo Veríssimo se foi de cara lisa,
Deixando por aqui muita parelha.

Alfacinha, lisboeta e torcedor
Do Benfica, um exímio vendedor,
Não bate mais às portas; desistiu
De vender seus exóticos produtos.
- Onde deixou-nos “seu cartão”, ó Brutus?
... Assim, sem avisar, foi outro que partiu.

Mestre Apolo deixou Dona Pureza
“E morreu... disso!” (O que é a Natureza!)
Prejudicados ficamos, e com saudade.
Tadinha da mulher, viúva, cismada,
De ninfomaníaca pra sempre acusada,
Foi deixada assim: sem dó nem piedade.

“Ca-la-da! Senta aí!”. “Isso não é mulher...”
Nazareno, infeliz como qualquer
Um que “deseja ser e não consegue”.
Tomou um porre naquele dia e não viu
Tanta feiúra na mulher que assumiu.
Às moscas, enfim, deixou Sofia entregue.

Coalhada... Ah, bem agora! - sacanagem! -
Sai de campo antes que a arbitragem
Dê por encerrada a partida. Deixa o Brasil
Desfalcado de seu gênio; afinal,
Deixa a Seleção do próximo Mundial,
Pra agonia desse povo varonil.

“Eu... Eu trabalho na Globo, tá legal!?”
Velho Bozó gaguejando, surreal,
De dentes proeminentes, - Que figura!
Também se foi, “trampar” sabe lá Deus...
Deixou a namorada – bela Mazzeo –
Assim, sem mais nem menos... Que loucura!

“Povo de Chico City...!” – Empresário,
Ex-Prefeito e corrupto, falsário,
Foi inaugurar umas obras no céu.
Canavieira era assim, uma peça rara,
Que enganava o povo cara-a-cara.
Sem “ouuutra despesa”, se escafedeu.

“Vai ficar com cara de bundão, ó, ó!”
Arre, jovem adolescente! JÓ,
de Jovelino e VEM, de Venceslau.
Tão jovem e se manda, nem se toca.
Mas “jovem é outro papo”, seu boboca!
Foi-se e pronto, Et-cétera e... bau, bau.

Ora, “Eu sou doooido por essa neguinha”
Era a razão da graça vossa e minha,
Dito de Painho, bicha e pai-de-santo.
“Sou! Mas... quem não é?”... Malandro Tavares,
Normalmente bêbado entre seus pares,
Teve que suportar Biscoito... E quanto!

Lobo Filho, este amigo de vocês.”
A voz do rádio em bom português,
Locutor perspicaz, nada bobo,
Foi famoso em rádio e telejornal.
Mas de repente a notícia é fatal:
Saiu do ar, bem nesta tarde, o “show do Lobo”.

Ante o fato, fiquei muito intrigado:
Como pode um cara assim tão arretado,
de Maranguape, CE, por nome Chico,
Ir-se, tal não soubesse, companheiros,
Que, indo-se, morrem muitos brasileiros;
Mais de duzentos.... Qual é, seu Francisco!

E um montão, de uma só vez, se foi, enfim,
“Antes do combinado”, diz Boldrin,
E nos deixa órfãos de raro talento.
O HUMOR brasileiro se apequena e jaz
Nesse vazio de GRAÇAS e de paz,
Neste misto de perda e sentimento.

sexta-feira, 16 de março de 2012

RELIGIÃO - UM NEGÓCIO DO CEU

É normal se ouvir que o ser humano é por natureza um ser religioso. De fato, desde os primórdios da Humanidade o Homem tem criado em seu imaginário entidades, subjetivas ou objetivas, abstratas ou não, de seres ditos superiores que consagrem suas convicções ascéticas, convicções estas que os não céticos dizem existir por força de sua própria origem mística. Seja nas formas Politeísta ou Monoteísta, assim começaram, nesta ordem, as interações religiosas dos povos ao longo da História. Creio podermos afirmar que, além de primitivo, o politeísmo caracterizava-se pela crença em animais e coisas como objetos de fé, que variavam de região para região e de tribo para tribo, mas então sem denominação, sem templos, sem pastores e sem fonte escrita, até porque à época não havia tal recurso. Sobre o monoteísmo, (fazendo uma referência particular ao Hinduísmo, politeísta) forma hoje consagrada quase que universalmente, ainda que de modos distintos, em função do qual as manifestações de acirramento e altruísmo foram, e são, uma constante, eu gostaria de colocar o seguinte:

Religião Judaica.

O judaísmo é considerado a primeira religião monoteísta a aparecer na história. Tem como crença principal, claro, a existência de apenas um Deus, o criador de tudo. Para os judeus, Deus escolheu soberanamente o povo judeu e depois fez com ele uma aliança. Atualmente a fé judaica é praticada em várias regiões do mundo, porém é no estado de Israel que se concentra o maior número de praticantes. Os livros sagrados dos judeus, a Torá ou Pentateuco, é por eles considerado o livro sagrado revelado diretamente por Deus e se constitui de Gênesis, o Êxodo, o Levítico, os Números e o Deuteronômio. O Talmude é o livro que reúne muitas tradições orais e é dividido em quatro livros: Mishnah, Targumin, Midrashim e Comentários. Os cultos judaicos são realizados num templo chamado de sinagoga e são comandados por um sacerdote conhecido por rabino. O símbolo sagrado do judaísmo é o memorá, candelabro com sete braços.

Religião Cristã

A religião cristã surgiu na região da atual Palestina, no século I. Essa região estava sob domínio do Império Romano neste período. Criada pelos seguidores de Jesus, o Cristianismo espalhou-se rapidamente pelos quatro cantos do mundo, transformando-se atualmente na religião mais difundida. Jesus foi perseguido pelo Império Romano, a pedido do imperador Otávio Augusto (Caio Júlio César Otaviano Augusto), pois defendia idéias muito contrárias aos interesses vigentes e pregava o cumprimento das profecias do Velho Testamento. Defendia a paz, a harmonia, o respeito, um único Deus, o amor entre os homens e era contrário à escravidão. Enquanto isso, os interesses do império eram totalmente diversos. Os cristãos foram muito perseguidos durante o Império Romano e, para continuarem com a prática religiosa, usavam as catacumbas para encontros e realização de cultos. O livro sagrado dos cristãos é dividido em duas partes: Antigo e Novo Testamento.

Religião Hindu

Principal religião da Índia, o Hinduísmo é um tipo de união de crenças com estilos de vida. Sua cultura religiosa é a união de tradições étnicas. Atualmente é a terceira maior religião do mundo em número de seguidores. Tem origem em aproximadamente 3000 a.C, na antiga cultura Védica.

Crenças: Aqueles que seguem o Hinduísmo devem respeitar as coisas antigas e a tradição; acreditar nos livros sagrados; acreditar em Deus; persistir no sistema das castas (determina o status de cada pessoa na sociedade); ter conhecimento da importância dos ritos; confiar nos guias espirituais e, ainda, acreditar na existência de encarnações anteriores. Somente os brâmanes, pertencentes às castas superiores, podem realizar os rituais religiosos hindus e assumirem posições de autoridade dentro dos templos.

Divindades: Os hindus são politeístas (acreditam em vários deuses). São os principais: Brahma (representa a força criadora do Universo); Ganesa (deus da sabedoria e sorte); Matsya (aquele que salvou a espécie humana da destruição); Sarasvati (deusa das artes e da música); Shiva (deus supremo, criador da Ioga), Vishnu (responsável pela manutenção do Universo).

Religião Muçulmana

A religião muçulmana, monoteísta, cujo Deus é Alá, tem crescido nos últimos anos (atualmente é a segunda maior do mundo) e está presente em todos os continentes. Porém, a maior parte de seguidores do islamismo encontra-se nos países árabes do Oriente Médio e do norte da África. Criada pelo profeta Maomé, a doutrina muçulmana encontra-se no livro sagrado, o Alcorão ou Corão. Foi fundada na região da atual Arábia Saudita. O Alcorão ou Corão é um livro sagrado, para os muçulmanos, que reúne as revelações que o profeta Maomé recebeu do anjo Gabriel. Entre tantos ensinamentos contidos, destacam-se: onipotência de Deus (Alá), importância de praticar a bondade, generosidade e justiça no relacionamento social. O Alcorão também registra tradições religiosas, passagens do Antigo Testamento judaico e cristão. Para os muçulmanos, existem três locais sagrados: A cidade de Meca, onde fica a pedra negra, também conhecida como Caaba. A cidade de Medina, local onde Maomé construiu a primeira Mesquita (templo religioso dos muçulmanos). A cidade de Jerusalém, cidade onde o profeta subiu ao céu e foi ao paraíso.

Religião Budista

O budismo não é só uma religião, mas também um sistema ético, originário da região da Índia. Foi criado por Sidarta Gautama (563 - 483 a.C.), também conhecido como Buda. Este criou o budismo por volta do século VI a.C. Ele é considerado pelos seguidores da religião como sendo um guia espiritual e não um deus. Desta forma, os seguidores podem seguir normalmente outras religiões e não apenas o budismo. O início do budismo está ligado ao hinduísmo, religião na qual Buda é considerado a encarnação ou avatar de Vishnu. Esta religião teve seu crescimento interrompido na Índia a partir do século VII, com o avanço do islamismo e com a formação do grande império árabe. Mesmo assim, os ensinamentos cresceram e se espalharam pela Ásia. Em cada cultura foi adaptado, ganhando características próprias em cada região. A filosofia é baseada em verdades: a existência está relacionada à dor (a origem da dor é a falta de conhecimentos) e os desejos materiais. A filosofia budista também define cinco comportamentos morais a seguir: não maltratar os seres vivos, pois eles são reencarnações do espírito, não roubar, ter uma conduta sexual respeitosa, não mentir, não caluniar ou difamar, evitar qualquer tipo de drogas ou estimulantes.

Feito este breve resumo das religiões atualmente em uso, quero me deter na prática do cristianismo, agora pondo em foco sua relação com as conquistas materiais e financeiras desenvolvidas ao longo do tempo, sob a ótica de suas principais correntes.

Religião Católica

Enquanto se acreditou e se fez acreditar detentora do poder de Deus e, portanto, Sua exclusiva representante entre os homens ditos cristãos, o catolicismo, de notável modelo administrativo, usou de particular sabedoria para enriquecer-se, para amealhar fortunas, e com este fim editou dogmas, fomentou a adoração de imagens, arvorou-se de liturgias escamoteadas, de indumentárias exóticas e de outras práticas estrambóticas, ilusionistas, quase nunca cristocêntricas, naturalmente de per si com a demanda de uma fé edificada nestes moldes que, tingida ao longo dos séculos com o verniz da tradição, foi aceita como verdadeira, ao arrepio dos conceitos bíblicos. Já ao tempo da Revolução Francesa, era o Alto Clero parasita de Girondinos e Jacobinos, de cujos suores e lágrimas se regalava e dividia poder com a Aristocracia, a ponto de dar causa àquela revolução, na qual milhares de cabeças rolaram. A expressão “A França não necessitava de mais juízes, mas de mais guilhotinas”, de Robespierre, o maior líder e membro dos jacobinos, que também acabou degolado, dá uma ideia dos desdobramentos calcados na gestão católica já na Época Moderna. Na prática, aquela singular hegemonia católica se consubstanciava, de um lado, na ignorância religiosa dos diversos estratos sociais existentes, letrados ou não, e, do outro, em sua doutrina criadora de vários apelos naturalmente anti-bíblicos acima citados. Na esteira dessa criacionice exacerbada, vieram a figura do Papa como sucessor de Pedro (vejam só!), de Maria como intermediadora entre o homem e Deus (Cristo perdeu a vaga), a transubstanciação (um milagre espetacular), a confissão auricular (aff!), o Purgatório (uma última chance foi acrescentada), a própria infalibilidade papal (deixou de ser falível entre uma fumarada e outra) etc, e, porque não dizer, a “Santa Inquisição” (põe santa nisso!) ou caça aos hereges (entenda-se “herege” como todo aquele que não cria em tais ensinamentos), indulgências (verdadeiro negócio do céu que excluía os pobres), tudo, me parece, sem o apropriado respaldo bíblico; aliás, o uso da bíblia não foi democratizado, difundido, provavelmente com esse fim (quanto mais ignorante...). A verdade é que esse conjunto de atitudes, a meu ver nada condizentes com a fé genuinamente cristã, tornaram a denominação católica talvez na maior latifundiária do planeta, sem considerar o restante de seu imenso patrimônio, tudo adquirido à custa de toda uma parafernália pseudo-religiosa, materializada na promessa dos milagres supostamente feitos pelos seus particulares santos, a cujas imagens seus seguidores foram ensinados a adorar. Foi, por exemplo, sobre o alicerce das indulgências (perdão de pecados através de dinheiro) que se construiu, ao tempo do Papa Leão X, a Basílica de São Pedro, em Roma.

Reforma Protestante

Os disparates católicos chegaram a tal ponto, e tremendas eram as insatisfações de determinados grupos, que no século XVI aconteceu a Reforma Protestante, assim denominada porque o fim era reformar, ajustar o catolicismo aos preceitos bíblicos e banir de sua doutrina as práticas apelativas que afrontavam o conhecimento verdadeiramente cristão. Aqueles grupos prejudicados pela igreja de Roma, inclusive Reis, como Henrique VIII, e alguns seguimentos da burguesia, apoiaram a Reforma, muitos deles mais naturalmente na defesa de seus interesses imediatos e menos por convicções religiosas. A igreja romana, claro, em detrimento desse apelo mudou em alguma coisa, mas mantém até hoje o grosso de suas idiossincrasias. Deste modo, tem o papa assim conduzido seu rebanho, para sempre sem total apoio nas sagradas letras, mas no passado como no presente conferindo a sua igreja um perfil comercial, numa sutil troca da fé, ou manipulação desta, pelo benefício próprio da renda monetária derramada em suas sacolinhas. A igreja de Aparecida do Norte, no vale do Paraíba, SP, é uma boa referência deste desvio do credo romano.

Ainda não conheci um Papa sequer que tenha se notabilizado pela sua capacidade de pregação, pelo seu labor evangelístico, nenhum que se possa comparar, ainda que de longe, com pelo menos a capacidade verbal de Antônio Vieira. Mas no livro “Em Nome de Deus” de um jornalista americano, declara-se que a Basílica de São Pedro, reduto pontifício e seu Estado Maior, vive em constante interação com as principais Bolsas de Valores do mundo, que aplica dinheiro na indústria de anticoncepcionais etc. Segundo o jornal The Guardian, há, no seio da cúpula católica e nos dias atuais, mais preocupação com a crise de suas finanças, com o colapso das doações em razão dos escândalos divulgados pela mídia (pedofilia), inclusive com o que pode acontecer com o 0.8% da arrecadação do imposto de renda que o cidadão italiano pode optar em repassar para a igreja do que com sua posição no contexto do evangelismo mundial. Ainda segundo aquele jornal, a arrecadação desse gênero de receita já sofreu uma queda substancial, mas é de se crer que encontrará meios de se superar, dada sua grandeza administrativa, sua influência entre os governos e seu potencial econômica.

Religiões Protestantes

No seio das igrejas evangélicas tradicionais, precursoras da nova ordem religiosa pós-Reforma, como a Presbiteriana, Batista e Luterana, ainda se observa o ideal dos reformadores, seus focos continuam ser a pregação pura e simples da palavra de Deus para todas as pessoas e sobrevivem de dízimos e ofertas biblicamente sugeridos. São Igrejas pobres, do ponto de vista material e financeiro, e estão encolhendo ou são atualmente pouco abrangentes, quase invisíveis, até despercebidas, muitas vezes colocadas no mesmo saco (o que é pior, creio), quando comparadas com outras denominações que se julgam igualmente evangélicas. Com o advento e arrojo do neopentecostalismo, alguns empreendedores também investiram seu gênio no capitalismo selvagem e estão hoje entre os homens mais ricos do Brasil. Na minha visão, tudo vem do exemplo católico, sendo que agora há, diferentemente dos primeiros tempos, o recurso da mídia, sobretudo da televisão, ferramenta poderosa e amplamente usada neste novo cenário pseudo-religioso. Se os meios de que se valiam, e ainda se valem, os chefes católicos para subjugarem espiritualmente suas ovelhas eram o “milagre” e o “perdão de pecados”, os neopentecostais de hoje conservam para o mesmo fim apenas o milagre (curas, exorcismo, ganhos financeiros e até a terapia do amor), todos falsos e maquiados (se verdadeiros, Deus estaria traindo sua própria palavra), talvez porque entendem que ninguém atualmente desembolsaria algum centavo pelo perdão de seus pecados, estes mais abundantes que suas contas bancárias. O próprio desenvolvimento do mundo explica isso. Mas a ênfase, e não poderia ser diferente, continua ser as atuais e imediatas necessidades dos fieis, ou seja, o dinheiro, a saúde, o amor (não o ágape), o emprego etc. Os métodos são parecidos, posto que distintos; um mais agressivo, aquele mais dissimulado, outro de estilo country; o que dar pulinhos, vocifera e vende livros (a indulgência eletrônica de Malafaia?), e vai por aí. Os testemunhos hoje são outros, não mais o “sou uma nova criatura”, “amo mais o meu próximo”, mas sim o “tenho carros do ano e uma fazenda”, “meus negócios vão de vento em popa”, “deixei de fumar e de beber”, “arranjei um emprego”, “fiquei curado” etc. Uma coisa comum entre seus “modernos” chefes, a meu ver sem nenhum cacoete de pastor (o verdadeiro pastor cuida de suas ovelhas, não as explora) é tirar dos fieis o último centavo, se possível. Os métodos católicos eram e são mais sutis, mais intelectualizados; os apelos neopentecostais são mais agressivos, vão com mais cede ao pote e para o tudo ou tudo, na base do “ou dá ou desce” (Macedo neles!). Aqueles comem pelas beiradas; estes, enfiam a cara na tigela. Os de batina cozinham no banho-maria; os neopentecostais, ao fogo ardente, embora ao modo dos morcegos. Do jeito que vai, creio que podemos evocar a figura do grande Rui Barbosa e dizer que os simples e humildes de coração, os bem-aventurados, terão vergonha de ser cristãos de fato.

Mas por uma questão de bom senso e honestidade, preciso dizer que os dois grupos religiosos em questão, o católico e o evangélico (incluindo os doutrinariamente desviados), prestam relevantes serviços sociocomportamentais, e até mesmo de outra ordem, ao País. Eu diria até que nenhuma entidade, pública ou privada, desempenha com similar abrangência esse papel na sociedade. Ou seja, vistas com o olhar da comiseração societária, grosso modo, as tais igrejas são uma bênção, para os que delas participam ou não, e talvez os prejuízos para os respectivos fieis estejam “apenas” no patamar de suas relações com o Deus verdadeiro. Certos ou errados espiritualmente, a verdade é que o povo que reza ou ora, com ou sem a genuína fé, esse povo, na sua imensa maioria, não bebe, não fuma, não vende droga, não rouba, não mata, não prostitui nem se deixa prostituir. Para quem busca o Deus bíblico, deve haver a preocupação de onde vai parar tudo isso, se é ou não necessária e oportuna uma nova reforma, ou uma volta aos preceitos da antiga religião. Outra questão é, em se optando por um novo movimente reformista, quem será o novo Lutero ou o novo Calvino, percebível entre os que estão aí; vale dizer: Homens e Mulheres com ilibada moral cristã e secular, notório saber bíblico e a coragem necessária para peitar estes que se locupletam na “fé”, com a vantagem de não mais terem que temer à Inquisição, sem vez e lugar na atual conjuntura dos povos.

O que me parece ser uma verdade é que religião, ao contrário do que muitos pensam, e por isso até se negam a discutir, é uma coisa simples. E o homem, na sua maioria, não gosta de coisa simples. Logo lhe ocorre a ideia da sofisticação, dos aparatos, do apelo ao surrealismo, da pomposidade etc. Pelo que sei de Cristo, - e confesso que é pouquíssimo – sua relação com seus discípulos e seguidores não contemplava o uso de templos sofisticados, indumentárias chamativas, seus dedos eram nus de anéis de ouro ou de prata, e penso que nenhuma vez pregou de costas as mensagens que lhe cabia pregar ou as disse em língua que ninguém entendesse. Aliás, nem púlpito Ele tinha. E assim foi com seus imediatos profetas. Outra coisa que o homem naturalmente empreendedor não suporta é ter sob sua liderança um número considerável de pessoas e não lhes tirar algum proveito material ou financeiro, o que por si só o distingue do verdadeiro Pastor. A organização católica fez escola nesta particularidade, tendo subtraído de seus fieis, ao longo da história, terras, dinheiro, privilégios políticos etc. Muitos “crentes” de hoje aprenderam a lição com louvor, imprimiram-lhe algumas modernidades, apimentaram os métodos de abordagem e... Salvem-se quem puder, em nome de Deus (muitos virão em Meu nome...). O fato é que a religião, salvo para alguns líderes, deixou de ser um meio de intimidade com o Criador, ensinada com a simplicidade da escola do Filho e cumplicidade do Espírito Santo, para ser o apanágio dos que se travestem de pastores, embora lobos da fé, que se deram ao luxo e à esperteza de complicarem a liturgia dessa mesma fé.

É claro que existem inúmeros líderes católicos e protestantes, nos vários níveis de seus redutos, que são exemplos de moral e de ética, dentro e fora dos templos, e que desempenham seus trabalhos com a melhor das intenções e inteireza de propósitos, mas não me parece razoável dizer que estes senhores ou senhoras estão ou estiveram entre os que edificaram tais doutrinas, ou se sintam suficientemente acima das tradições e ideologias de natureza ascética, em cujos reflexos transitaram desde suas adolescências. Não é fácil mudar a visão daquilo em que se foi psicologicamente criado ao sabor do tempo, numa convivência próxima e diária. Será por essas e outras que se diz que o Homem é um produto do meio? É uma boa pergunta.

Seria insuportável, hoje, a simples ideia de um novo “Santo Ofício” para combater as excentricidades exacerbadas dos neopentecostais e católicos, como foi a Inquisição Romana desde os primórdios do Protestantismo, e contra estes, mas acho que em nome da verdadeira religião alguma coisa precisa ser feita. O que fez o Papa Paulo III em 1542 não foi um movimento reparador, sequer um contraprotestantismo anti-herético, mas uma cruenta perseguição a cristãos nos moldes da Inquisição Espanhola, de 1478, quando os reis Fernando e Isabel entenderam perseguir judeus e muçulmanos. Não estamos nos tempos do absolutismo e a humanidade hoje é completamente avessa a esse tipo de radicalismo, sobretudo nos países democráticos. Contudo, parece-me urgente, posto que difícil, um movimento com perfil intelectual e hermenêutico teológico, quiçá piedoso, que faça voltar a religião à sua simplicidade e propósitos originais, sentá-la no colo das sagradas letras, antes que ela se transforme por completo em nicho empresarial e se deite no berço esplêndido e comum dos negócios. Creio que as heresias hodiernas são de outro tipo e de singular propósito, distintas daquelas contra as quais se somaram autoridades seculares e eclesiásticas, em combates por medidas extremas (chacina indiscriminada e fogueira). Não se trata mais disso, não estamos no sul da França nem no século XII, felizmente. Não temos mais os cátaros da Idade Média, pelo menos de forma explícita. No mundo não há mais lugar para um Inocêncio III (Papa); não cabe mais o uso das penas espirituais ou físicas, tão pouco de guerras santas, mas da conjunção de forças morais e pacíficas para um novo alvorecer do cristianismo puro, sem outra pretensão a não ser familiarizar as pessoas com os propósitos redentores de Deus. Em lugar do braço malvado de antigamente, que se levantem as vozes exegetas dos arautos da fé salvadora. É preciso deixar claro para todas as pessoas, proeminentes ou não de algum credo, que a Religião não é um negócio. Impõe-se uma mudança de mentalidade no âmbito da cultura religiosa desta ou daquela denominação cristã contemporânea, de modo que suas diferenças, se existirem, sejam apenas de governo e não de regra de fé e prática, para o gozo de Deus e felicidade geral da Sociedade.


sábado, 9 de abril de 2011

PECADORA....EU?

Sou pecadora por desejar o amor?
Por querer a felicidade
não apenas para mim,
Mas para toda a humanidade?

Sou pecadora por desejar que o mundo seja
Melhor do que ele é?
Por me sentir por vezes perdida num caminho,
Que só me leva a ti e por nele nunca te encontrar sozinho?

Sou pecadora por olhar o céu à noite e
ao ver todas as estrelas brilhando,
Desejar ser uma delas só pra que me encontres,
Quando de tua janela à noite nas galáxias distantes estiveres viajando?

Sou pecadora por sentir-me uma ìlion em chamas,
Sempre que meu coração te chama?
Por pensar em ti como meu sonho dourado,
E desejar ardentemente que sejas meu namorado?

Sou pecadora por querer que um amor quase divino,
Imprima em todas as coisas
Seu primeiro movimento?
Por me sentir como uma flor despetalada
Arrastada pelo vento?

Sou pecadora por querer que tu me digas”OI” e que me vejas
E que me sintas e que me queiras?
Por me sentir soberba por deixares tua festa
Pra vires “ter comigo” na tela do teu computador?
Sou pecadora por sentir amor?

Sou por isso pecadora?
Pois que o mundo me condene!
Quero o inferno de Dante: quero ser tua Beatriz.
Que sejas tu o meu Virgílio
A conduzir-me – seja por que caminhos –
Por fim ao paraíso...

Liss Martins

quinta-feira, 7 de abril de 2011

HOLANDA

Amsterdã tem 735.526 residentes (2002), enquanto que sua área metropolitana tem cerca de 1.450.000 de habitantes. É o centro de uma vasta zona urbana contínua, denominada Randstad, que se estende de Roterdão a Amsterdã e também Utrecht, com cerca de 6,5 milhões de habitantes. A cidade destaca-se pelo seu setor financeiro, sendo o quinto centro financeiro europeu. Com mão-de-obra qualificada no sector logístico, a cidade destaca-se por sua infra-estrutura que reúne um aeroporto internacional e um moderno porto marítimo.
http://www.souturista.com.br/viagem/videosholanda.htm
No início do século XVII, com a crescente imigração na cidade, Amsterdã colocou em prática um plano para a construção de canais de meio-círculo e concêntricos que se encontravam na baía do rio IJ. Foram feitos quatro canais: 3 residenciais (Herengracht ou Canal dos Lordes; Keizersgracht ou Canal dos Imperadores; e Prinsengracht ou Canal do Príncipe) e um canal de defesa (Nassau/Stadhouderskade). O plano ainda ligou os canais paralelos a esses novos quatros canais, como por exemplo o canal do bairro de Jordaan (bairro onde viveu Anne Frank).
http://www.souturista.com.br/viagem/videosholanda.htm
Os Países Baixos têm tido muitos pintores renomados ao longo dos séculos. Durante o século XVII, quando a república neerlandesa era bem próspera, houve o surgimento de grandes artistas e aquela época ficou conhecida como a Era dos Mestres neerlandeses, entre eles, Rembrandt van Rijn, Johannes Vermeer, Jan Steen e Jacob van Ruysdael. Grandes Pintores do século XIX e XX foram Vincent van Gogh e Piet Mondriaan. M.C. Escher é um artista gráfico também muito conhecido por suas obras. Willem de Kooning nasceu e se aperfeiçoou em Roterdão, embora tenha conquistado sua fama sendo conhecido como um artista estadunidense. Um outro mestre dos Países Baixos é Han van Meegeren.

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PORTUGUAL









quarta-feira, 6 de abril de 2011

SOMOS UMA NAÇÃO DE BOBOS?

Esta e outras perguntas tenho-me feito sempre que me deparo com certos descalabros, desses que extrapolam o besterol nosso de cada dia. O caso agora é (e tem sido) o famigerado BBB, que para alívio dos que se ocupam de coisas melhores a edição 11ª acaba de terminar, tarde, é verdade, mas acabou. Mas em tempo quero me corrigir: Não devemos ser uma Nação de Bobos; essa exclusividade não é nossa, porque os bobos trafegam nesse e noutros chãos, sob clima tropical e sob outros climas, esbarram-se em todos os mundos, tanto que o tal programa veio importado, falando outra língua, criado, pois, para os bobos de outras plagas. Bobo também é uma palavra pesada demais para ser usada assim generalizadamente. Acho que estou indo longe demais! Afinal, o Brasil não é isso, somos um povo criativo, inteligente, altruísta, trabalhador, sensível, alegre. Mas como me expressar, eis a questão? É claro, também, que temos o sagrado direito de ser aquilo que queremos ser, pelo menos num País democrático. No final, o que importa mesmo é ser feliz, bobo ou não, e há – pasmem – os que se sentem felizes vendo na telinha uma porção de desocupados (desocupados, vírgula, antes uma gentelha doida para embolsar uma boa grana), sujeitos aos vexames e à pouca vergonha, arautos das abobrinhas mais indigestas, e os que os curtem – outra vez pasmem – abraçam de tal modo a sem-vergonhice global que gastam parte de sua grana para abarrotar ainda mais os cofres da Globo e das empresas telefônicas. E é aí que para mim a bobice (ou bobeira?) atinge seu clímax. É pagar por alguma coisa que de graça sairia caro. Mas de quem é a culpa? Essa é uma boa pergunta, dirão muitos. Será dos donos da Globo? Claro que não! Com tanta grana pingando em suas contas, até eu! Os outros canais também fariam o mesmo, se tivessem sido mais rápidos no gatilho. Tivesse a Natureza me dado mais cara de pau, eu me enfiaria naquela casa para tentar a sorte, eu e a torcida do Flamengo. O Bial, um homem preparado para coisas mais dignas, comanda o vil espetáculo, o que à primeira vista parece um desperdício, mas ganhando a grana que ele ganha, quem atiraria, nele, a primeira pedra? Sinceramente, todos que estão dentro da telinha nada têm de idiotas, são todos pra lá de equilibrados e sabidos, defendendo o pão de hoje e os de amanhã, seja na Playboy, nas novelas ou sabe-se lá aonde aquilo os levará. Mas, se os bobocas não estão dentro da telinha, confinados e diante das câmeras, onde encontrá-los? E quem lhes pode atirar todas as pedras que merecem, se as há suficientes? Talvez – mas esta é uma opinião muito pessoal, particular – os que têm o poder de fazer deste veículo chamado televisão algo mais comprometido com a educação, a cidadania, a cultura, com os valores da família, com os anseios da Pátria e dos patriotas, com os homens e as mulheres de bem. Mas nesta hipótese, as tais pedras lhes cairiam nas própias cabeça. Se estes valores fossem metas e normas de inserção legalmente obrigatória nos contratos de concessão do uso de canais de televisão e rádio, talvez a idiotice fosse mais figura de retórica e menos um atributo nacionalizado, identificado com a mesquinharia que invade nossos lares e nos despreparam para a beleza da vida e contemplação da Natureza. Mas está claro para todo mundo a confusão que rola em minha cabeça. Estou com a sensação de que não digo coisa com coisa, que estou viajando na maionese, no dizer dos moderninhos. Por isso passo a palavra aos que me suportaram até aqui. Aprovem, desaprovem, acrescentem, subtraiam, façam o que lhes passar pela cabeça, ou não digam nada, conforme a visão que tenham sobre estes que, por falta de outro atributo, chamo de bobos, embora admita que o maior deles possa ser eu mesmo, em última análise no conceito dos que estão se dando bem com os BBB. Até prova em contrário, aos bobos, e aos que os manipulam, não as batatas, mas os ovos podres! Permitam que o Brasil seja um mutirão universal de sábios, conforme já o é a maioria de seu povo.