terça-feira, 29 de março de 2011

PAPO ENTRE PAI E FILHA ANIVERSARIANTE

ANDRÉA,

Mais um aninho só, que mal que tem,
Se o pai é o mesmo e a mãe também?
Dois que fossem, nada mudaria,
Se a vida transcorre com alegria.

Os amigos, a lida, tudo permanece,
E as coisas tristes a gente esquece.
O futuro, sim, merece atenção,
Com muito esmero e reflexão.

Atenção nos cuidados do dia-a-dia,
Refletir sobre tudo com sabedoria,
Amar as pessoas com intensidade
É a melhor receita da prosperidade.

Mas essa distância, - que coisa chata! -
Nos põe afastados bem nesta data.
E eu, pai, me sinto curto de braço,
Sem poder te dar aquele abraço.

Inda bem que o tempo corre ligeiro
E logo estarei de corpo inteiro
Frente-a-frente contigo, pessoalmente,
Fazendo de mim o teu “presente

De aniversário” que hoje não dei.
Espera, assim como um dia esperei
Até que, enfim, chegaste pra gente
E me fizeste deveras contente.

De resto, só uma coisa importa dizer:
Que, aconteça o que acontecer,
Este amor que nos une será eterno
E mais apertado esse laço paterno.

Um beijo, querida, por ora é só,
E perdoa do pai este "trololó"
Sem pé nem cabeça, de improviso,
Coisa de quem não tem muito siso.

Porém pai é pai, com juízo ou não;
E mais importa que de coração
Sejam estes versos – que versos! – Enfim,
Que de melhor podes ter de mim?

Teu pai
Paulo

LÁGRIMAS DE MINHA AMADA

Se minha amada chora, seu passado existe,
Tal como existem as rosas e seus espinhos...
As rosas, sim, deixam pétalas nos caminhos,
Porém dos tais espinhos suas mágoas consiste.

E, claro, se ela chora também me acho triste,
Porquanto me percebo aqui sem seus carinhos,
Meu corpo sem o dela, unidos, bem juntinhos,
E todo esse vazio que em meu peito subsiste.

Seu passado, meu passado... Quantas quimeras,
Mil sonhos e projetos - quantas primaveras
Nos cobriram com as suas perfumadas flores.

Ora, em nos ferirem estes espinhos teimam;
Mas em nossos corações persistem e reinam
O amor, a alegria, a esperança, o romance, as dores.